Competição de curtas registra temáticas indígena, negra e LGBT

Temas latentes e olhares diversificados: assim pode ser resumido o panorama de curtas-metragens em competição no 46º Festival de Cinema de Gramado. Entre as 360 obras inscritas para a seleção, os 14 concorrentes apresentam, em sua maioria, reflexões sobre indígenas, negros e população LGBT, “grupos que nem sempre tiveram espaço e visibilidade”, nas palavras da comissão de seleção de curtas.

A violência contra transexuais, por exemplo, está presente no documentário “Estamos Todos Aqui” (SP, Chico Santos e Rafael Mellim) e na ficção “Apenas o Que Você Precisa Saber Sobre Mim” (SC, Maria Augusta V. Nunes). Com o documentário “Majur” (MT, Rafael Irineu) que o universo LGBT se cruza com o indígena, ao enfocar o protagonista, Majur (Gilmar), chefe de uma aldeia no interior de Mato Grosso.

A mostra aborda também a exclusão a partir de olhares sobre o envelhecimento (“Minha Mãe, Minha Filha”, SP, de Alexandre Estevanato e “A Retirada Para Um Coração Bruto”, MG, Marco Antonio Pereira) ou o desenvolvimento urbano e seus marginalizados.

A preocupação com a representatividade se estendeu para além dos temas abordados nas obras. Por isso, a seleção traz filmes das regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste, de forma a “ter um panorama da diversidade brasileira, tecnicamente vigoroso e composto pelas mais diferentes realidades de um país continental”.

Entre os 12 curtas, 5 são dirigidos por mulheres. “Elas estão atrás e na frente das câmeras com enredos envolventes, ocupando todos os espaços”, complementa a mensagem da comissão de seleção. As protagonistas mulheres também são muitas, como nos documentários “À Tona” (DF, Daniela Cronemberger) e “Catadora de Gente” (RS, Mirela Kruel) e ainda em “Aquarela” (MA, Thiago Kistenmacker e Al Danuzio), ficção baseada em fatos reais que narra a história de Ana, que precisa manter a família e suportar o medo enquanto o marido está na cadeia.

“Os curtas-metragens são uma expressão artística com suas próprias características e especificidades, passando assim por um lugar de criação, experimentação e reflexão que contribuirá para um contato mais próximo da população com um conteúdo audiovisual cada vez mais diverso”, celebra a comissão.

 

Gêneros diversos

Também estão contemplados distintos gêneros da mostra. A maioria (57%) das produções são ficções como “Um Filme de Baixo Orçamento” (SP, Paulo Leierer), mas há espaço para a animação (21% do total), caso de “Plantae” (RJ, Guilherme Gehr), e os documentários (28%). “Torre” (SP, de Nádia Mangolini) reúne ambas características ao partir de relatos da família de Virgílio Gomes da Silva, o primeiro desaparecido político da ditadura militar brasileira, para propor uma animação.

Outra característica interessante é que mesmo entre as obras ficcionais, há grande presença de fatos reais inspiradores das criações. Um bom exemplo de como essa mistura pode dar certo é “Nova Iorque” (PE, Leo Tabosa) é uma narrativa inspirada nas memórias de infância do diretor, mesmo argumento da animação “Guaxuma” (PE), que retrata a diretora Nara Normande quando criança em sua cidade natal.

Outro bom exemplo é “Kairo” (SP), que embora não tenha elementos autobiográficos, aborda o universo com que o diretor do filme conviveu – Fabio Rodrigo estudou cinema graças a uma bolsa para alunos de baixa renda e em sua obra narra a história do protagonista em uma escola da periferia de São Paulo.

“Em busca da memória e do registro de novas narrativas, temos uma seleção extremamente diversa, rica e potente, que intensifica o debate entre filmes, realizadores e público. A linguagem cinematográfica é utilizada como instrumento para contribuir e ampliar tais discussões”, concluem os integrantes da comissão.

A comissão dos curtas brasileiros foi formada por: Camila de Moraes, diretora; Karine Emerich, produtora e diretora; Sérgio Fidalgo, ator e produtor; Stephen Bocskay, professor e escritor; e Tatiana Sager, produtora e diretora.

 

Ministério da Cultura, Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer e Snowland apresentam o 46º Festival de Cinema de Gramado. Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio: Stella Artois e Casa Aveiro By Dolores. Apoio especial: Gramado Parks. Apoio: Stemac Grupos Geradores, Lugano, Cristais de Gramado, Viviela London, G2 Net Sul e ENIT – Agência Nacional de Turismo da Itália. Apoio institucional: Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Fundacine, ACCIRS, IECINE, APTC/ABD RS, SIAV e Museu do Festival de Cinema de Gramado. Agência Oficial: Vento Sul Turismo. Transporte Oficial: Kia. Agente Cultural: AM Produções. Promoção: Prefeitura de Gramado. Financiamento Pró-Cultura RS, Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Realização: Gramadotur, Ministério da Cultura, Governo Federal.

LIC
APRESENTADOR
BB
PATROCÍNIO
BANRISUL
COPATROCÍNIO
PATAGONIA
HAVAN
EXIBIDOR OFICIAL
CANAL BRASIL
MEDIA PARTNER
RBS TV
SBT
HOSPEDAGEM OFICIAL
LAGHETTO
OPERADORA OFICIAL
CLARO
APOIO
GLOBO FILMES
NESCAFÉ
STEMAC
TELECINE
NAYMOVIE
BODEGA DANTE
MIOLO
O2
BLONDE
TANQUERAY
HASAM
KIA
APOIO INSTITUCIONAL
MUSEU
ACCIRS
APTC
SIAVRS
fundacine
recreio
IECINE
assembleia legislativa
COLABORADOR
CHOCOLATE GRAMADENSE
AGENTE CULTURAL
AM PRODUÇÕES
PROMOÇÃO
PREFEITURA
FINANCIAMENTO
FINANCIAMENTO
REALIZAÇÃO
gramadotur
ANCINE
MIN CULTURA

0917
AGOSTO
2Ø24